terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tentava respirar como quem nunca havia fumado na vida, enquanto caminhava com passos largos, tontos e desgastados.
Precisava, puxava, sugava todo o ar que podia com desespero. Mas parece que os pulmões já não eram mais suficientes.
E o pior é que sabia que, se por acaso conseguisse outro pulmão novinho, ia enchê-lo completamente de fumaça mais uma vez.
Era um rosto de um corpo tão novo e tão desgastado que via quando contemplava o espelho... Era impressão ou paranoia?
Não, nada, nada. Ninguém notava, mas era o desgaste de um rosto e de um corpo que já haviam passado em tantos lugares, tantas coisas, tantos amores, tantos coices... - que só só desgastá-lo ainda mais um pouco com um cigarro barato e uma dose de qualquer coisa era solução.